segunda-feira, 28 de novembro de 2011

o meu sangue

olho o tecto branco
um pequeno ponto vagueia
um mosquito
coço o braço
e penso na picada
que me deste ontem á noite
sacana és um sacana
tinha a janela
apenas um bocadinho aberta
mas mesmo assim conseguiste

gordo cheio de sangue

o meu sangue

sinto que partilhamos algo
tens uma parte de mim

o meu sangue

não
não te vou tentar matar
esborrachar contra a parede
com uma palmada ou chinelada
não porque
sujava a parede branca
e ela foi pintada há dias
mas também porque
seria um desperdício
todo esse sangue
que roubaste
sem o meu consentimento
espalhado numa mancha
na parede
seria um desperdício

o meu sangue

Sem comentários:

Enviar um comentário